Resumo pré – prova mestrado – parte 2

  • Como mencionado anteriormente, vamos dar continuidade a série de resumos que elaborei para a seleção do PPGS/UFRGS. Vamos ao resumo.

 

Livro: História das idéias sociológicas – das origens a Max Weber. ( pág. 66 -71)

 

Título: Liberalismo, individualismo e democracia

 

Estes conceitos são trabalhados, neste livro, com autores franceses, ou seja, é uma corrente de pensamento francês.

 

 

O Liberalismo: “ […] é uma doutrina globalizante que exalta os direitos do homem como indivíduo.” Para Benjamin Constant (1767 – 1830), a liberdade dos gregos repousava sobre “[…] a participação coletiva nos assuntos públicos”. Enquanto que a liberdade dos modernos seria “ […] aquela que dá livre curso aos pólos de interesses pessoais”; esses interesses são múltiplos, ou seja, podem ser religiosos, industriais, liberdade de opinião, etc… Para este autor o Estado deve “ […] garantir o usufruto dos direitos individuais”.

 

Alexis Tocqueville (1805 – 1859)  pode ser incluído na corrente individualista, mas, também, escreve sobre a democracia, que segundo ele lutaria em vão. Ele coloca que este movimento histórico, a democracia, como sendo um movimento que “ […] produz a igualdade das condições no seio da sociedade”.

 

Democracia: nela os “ […] seres humanos estão inseridos em um sistema onde a mobilidade social permite a todos terem acesso a qualquer posição ou qualquer grau” social, econômico e coisa que o valha. A sua base é o princípio de igualdade. Para Tocqueville esse sistema PODE cair/ desfazer/ acabar com a centralização ou, então, “ […] degenerar em despotismo”.

 

Entretanto, a paixão pela igualdade pode ter um custo muito elevado. Este custo refere-se ao risco de haver uma privação da liberdade. Então, o que sugere Tocqueville é  para que se instaure uma verdadeira democracia livre se “ […] estabeleça um poder judiciário ‘forte e independente’ e se promova, à semelhança do modelo americano, tanto associações como a descentralização política”.

 

 

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Resumo pré prova do mestrado – parte 1

  • Como eu havia mencionado no post anterior, vamos dar início a série de resumos que elaborei para a seleção do PPGS/UFRGS. Vamos ao resumo.

Livro: História das idéias sociológicas – das origens a Max Weber. ( p. 62 – 67)

Título: “Revolução e Ordem Social

Do ponto de vista sociólogo só vai se consolidar realmente na confluência das mudanças decisivas do final do século XVIII e na conjuntura do século XIX. O que marca, duramente, o nascedouro da sociologia são os novos esquemas de análise da química e biologia.

Duas “mutações” desempenharam o papel decisivo na constituição da sociologia. São elas: as revoluções políticas e as revoluções indústrias. ( aqui é importante relembrar os papéis das revoluções que ocorreram nas Europa nestes séculos acima citados. Principalmente a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, com a ascensão do capitalismo sobre o Feudalismo).

O principal papel que a Revolução Francesa causa ao surgimento da sociologia, é que a mesma embasa a fonte quase inesgotável de reflexão. Tal reflexão refere-se a aquelas pessoas que se debruçam sobre as questões em nível social -podesse afirmar que seriam os primeiros sociólogos, como Tocqueville e Comte.
 O Ponto de vista Reacionário sobre a Revolução Francesa

As opiniões convergem no intuito de denunciar a ruptura política que ocorreu em 1789. Assim como, a ruptura no plano econômico, com a imposição de uma nova ordem do mercado. Isto causou um choque ou um traumatismo. E foi devido a isso que será provocado o eco de tradição sociológico, que é a diluição dos vínculos sociais, além das instituições.

Da linhagem dos teóricos anti-revolucionários e anti individualistas, estão Maistre e Bonald.

Maistre, nobre francês, afirmará que a natureza do ser humano é ser sociável. Contudo a Revolução e a Era das Luzes, considerada isto ao contrário, ou seja, o homem é abstrato, separado de todo vínculo social. Em resumo, para Maistre o fundamento e a estabilidade de uma sociedade repousam não sobre a ação da razão, mas sobre a tradição, não sobre o indivíduo, mas sobre a comunidade. 

Já para o Visconde Bonald, colocará que o indivíduo só existe por estar firmemente inserido em uma rede complexa (grupos profissionais, família, nação) que lhe dá o existir como ser social. Notou-se que, para ambos, existe a explicação para a crise da tradição e da Igreja; que é o desenvolvimento do espírito crítico e a difusão do protestantismo ( ao qual se associa a doutrina do livre exame)


Nota: o que está em itálico, além dos títulos, são passagens exatas do livro. Não são minhas palavras. Espero q gostem deste primeiro resumo.

Resenha de Ingold, Tim: Humanidade e Animalidade

Vamos a mais uma resenha, e a mais um textão da graduação.

Resenha feita no segundo semestre para antropologia. Novamente, peço, cuidem com os erros que ela deve conter. E, se usarem, me citem, o meu currículo CAPES agradece.

😉

O homem é a espécie mais recente na historia da vida natural da Terra. Ele é dotado de racionalidade, onde tem consciência de si e se constrange com as opiniões alheias, ele é um animal atemporal, ou seja, um animal religioso. Ele possui o dom da linguagem, onde descreve, argumenta, especula-se engana, se mostra inquieto com as questões de verdade e mentira. Para a existência humana é preciso ter duas qualidades essenciais que são a razão e a consciência, onde a primeira baseia-se em dados de observação empírica e a segunda em um processo introspectivo. O autor vai debater neste texto os aspectos do que é animalidade e o que é animalidade, como conhecer o que é ou não o ser humano.

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Para nós os conceitos de “animal” e de “humano” aparece cheio de associações que são repletas de ambigüidades e sobrecarregadas de preconceitos intelectuais e emocionais. Para a construção do conceito de homem, os animais ocupam uma posição central, pois a cada geração se (re)constrói a concepção de animalidade como sendo um deficiência de tudo o que supostamente o homem tem e eles não tem, como a razão, a linguagem, o intelecto e a consciência moral; entretanto cada geração também lembra que o homem é um animal, e fazendo esta comparação serve para que nós nos compreendermos melhor.O autor divide seu trabalho em três partes.

Na primeira ele vai tratar sobre a esfera da biologia, analisando a definição de homem como espécie animal, como reconhecer o que é ou não um ser humano, então ele dará um exemplo de um tenente da marinha sueca chamado Nicolas Köping que avistou homens que possuíam caudas em uma ilha e ao longo deste exemplo ele irá se perguntar o que define ou não o que é um ser humano. Será a sua aparência, seu porte físico, sua cor, deficiências ou partes a mais em um corpo? Pois estes homens sabiam a arte da navegação, estavam acostumados ao comercio e faziam uso do ferro, entretanto eles eram diferentes dos homens habituais, pois possuíam caudas. Logo nesta concepção ele nos dirá que não devemos nos deixar levar pelas concepções estreitas e eurocêntricas do tipo de coisa que é um ser humano, pois o gênero humano não é fixo e imutável, ao contrario, ele é variável tanto em termos históricos quanto geográficos; sendo esta variabilidade o traço distintivo da espécie animal, pois os seres humanos não possuem a mesma aparência, tamanho, formato, cor em todos os lugares. A biologia relata que o indivíduo possui um alto grau de variabilidade, sendo a singularidade do indivíduo que vai o distinguir dos organismos vivos e dos inanimados, porque todo o cristal é uma replica e todo o organismo vivo é uma inovação, logo os seres humanos podem vir a ser os ancestrais de um futuro descendente.

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Na segunda abordagem ele trata da visão filosófica do que é ou não o ser humano. Esta perspectiva traz um significado alternativo de ser humano, oposta a abordagem de animal. Aqui se tratará que a existência humana advém da riqueza e diversidade cultural, que é comparada com a diversidade da natureza em si. A palavra humanidade passa a ter uma conotação de estado ou condição humana do ser, oposta a condição de animalidade. A animalidade aqui consiste na noção de qualidade de vida no estado de natureza, onde o homem primitivo era conduzido pela suas paixões brutas, livres de constrangimentos morais e da regulação dos costumes, pois os primeiros humanos são movidos pelos instintos vivendo então em um estado de animalidade. O autor faz uma comparação entre os orangotangos adultos e os bebes humanos, pois em cada orangotango vê-se uma criança pequena; a criança ilustra o desenvolvimento da espécie, ela é um selvagem porque não tem nenhuma firmeza de propósitos, logo cada indivíduo é um resumo da raça e a criança ilustra seu desenvolvimento enquanto espécie. Nesta abordagem se irá apontar para que a condição como essência do ser humano se revela como a diversidade cultural, ou seja, para se tornar humano é preciso se tornar diferente dos demais seres humanos que falam idiomas ou dialetos diferentes, logo a animalidade humana se revela na ausência dessa diferenciação, ou seja, na sua uniformidade. Então para o ser humano existir é preciso, primeiro, existir como espécie, não conferindo qualidade a pessoa, onde o conceito de humanidade reside numa categoria biológica; segundo existir como ser humano, ou seja, existir como pessoa, o que aponta para uma condição moral.

E na terceira abordagem o autor faz um misto destas duas abordagens. Ele nos reafirma as ideais da biologia, onde a espécie humana é tão singular quanto as demais espécies onde cada individuo representa uma combinação particular. O que nos diferencias dos outros animais é nossa capacidade de raciocinar, nossa linguagem, consciência moral, costumes, códigos…sendo que o homem é um animal que erra e se constrange com as opiniões alheias, que fica inquieto com as questões da verdade ou da mentira. E que vemos uma criança em cada chimpanzé maduro e por isso o tratamos como se fosse um caso de desenvolvimento interrompido.A fronteira entre a espécie humana e as demais espécies animais não é paralela, ela cruza as fronteiras entre animalidade e humanidade com estado de ser. Nossa visão do que é uma pessoa, do que é um ser humano é muito dependendo da visão de mundo ocidental.

Resenha de Norbert Elias

AVISO! 

A resenha aqui apresentada necessita de preenchimentos!

Resenha das obras:

ELIAS, Norbert. In: ______. A Sociedade dos Indivíduos. RJ, Jorge Zahar, 1994, p. 11-60, 127-193.

ELIAS, Norbert. In______. O Processo Civilizador. RJ, Jorge Zahar, v.1, 1990, p. 109-147.

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A sociedade é uma porção de gente juntas, mas esta sociedade seria igual em qualquer nação e/ ou igual através do tempo? Não, porque a sociedade possui estruturas diferentes, a sua formação independe dos indivíduos, ela é formada alegoricamente, sem planejamento. O indivíduo está inserido em dois campos na sociedade, o primeiro ele defende a sociedade como se fosse planejada, e a partir daí procuram para explicá-la exemplos de formação das instituições. O Estado funciona para a manutenção da ordem, e a linguagem funciona para a comunicação entre as pessoas, ou seja, tudo é criado para fins específicos e por indivíduos isolados onde houvesse um planejamento racional. O outro campo é que o indivíduo não possui um papel na sociedade, ela é uma entidade orgânica supra-individual, logo há um grande abismo entre o indivíduo e a sociedade.

A sociedade é a unidade de potencia maior e esta é formada a partir das unidades de potência menor.  A sociedade não pode ser compreendida quando suas partes são consideradas em isolamento, independente de suas relações, ela deve ser compreendida em sua totalidade. A sociedade e o indivíduo coexistem, não há sociedade sem indivíduos e nem vice-versa. Entretanto a vida em comunidade não é harmoniosa, mas as pessoas têm que aprender a coexistirem umas com as outras porque cada uma vai possuir uma função e um indivíduo irá depender de outro indivíduo. Existe uma ordem invisível, uma rede de funções, onde as pessoas são ligadas entre si tendo peso e leis próprias. A criança já nasce dentro de uma sociedade estruturada, e sua forma individual quando adulto é a forma específica da sociedade em que ela se encontra. Na sociedade os homens são suas relações, ele é um ser social que depende de outros homens, e a fala é um mecanismo de ajustamento social para o ser humano que é determinada, sua linguagem, pela sociedade. Na sociedade possui divisões entre as funções, quanto mais divisões há mais intercâmbio ocorre entre as pessoas, pois torna-se maior a sua dependência de outras pessoas para a sua vida e existência social.

No processo civilizador, Norbert Elias, aponta para o condicionamento e o adestramento que ocorre no homem desde o feudalismo ate a atualidade. Ambos são frutos do recalcamento das pulsões do homem, do avanço dos sentimentos de vergonha e embaraço, que são incorporados ao longo da historia e passam a servir de instrumento de auto-controle. Por exemplo, a faca é um instrumento bélico, mas o homem não a usa quando está comendo para matar outro homem porque ele incorporou o uso dela e se condicionou (castrou) para não a usar para ferir o outro, ou seja, o habitus de usar a faca na mesa se naturalizou com o passar to tempo. Se antes era usada pela nobreza para se distinguir das outras classes, passa a ser incorporada pelas classes mais baixas para então ser universal e depois é naturalizada como um costume pela sociedade. Existe na sociedade um controle crescente do afetivo e instintivo do ser humano, de controlar as suas emoções e suas atitudes, o ser civilizado passa a ser aquele que possui um comportamento “mais humano”, que seria definido a partir do comportamento das elites que posteriormente é incorporado às classes baixas. Se não há este comportamento mais refinado, o indivíduo passa a ser considerado bárbaro/ primitivo.

Entretanto este bárbaro, para a contra-cultura, é um ser solto, livre, enquanto que o civilizado é uma ser preso, recalcado. A contra cultura busca superar as barreiras entre a disciplina e a castração. Norbert Elias trouxe esta idéia a partir da observação das necessidades fisiológicas e do comportamento dos indivíduos a mesa. Mas ficou-me uma pergunta, será que nossos habitus, costumes seriam diferente se não houvesse este condicionamento, castração ou adestramento que sofremos? É difícil de imaginar uma sociedade “civilizada” onde não haja a opressão das vontades humanas, e mesmo assim o que seria uma sociedade civilizada e uma primitiva se não houvesse este condicionamento.

Redes de indignação e esperança – movimentos sociais da era da internet.

Este texto refere-se a um fichamento produzido por mim do livro de Manuel Castells, capitulo 6: A transformação do mundo na sociedade em rede. Espero que gostem.

O autor começa dizendo que os movimentos sociais são a alavanca para mudança social, e geralmente, são oriundos de uma crise. Crise de legitimidade dos governantes de conduzir assuntos públicos leva as pessoas a tomar as coisas em suas próprias mãos, envolvendo ações coletivas para no final mudar os governantes e até as regras que moldam a origem da crise, entretanto Castells considera esse comportamento arriscado. Mudança social: envolve uma ação coletiva e/ou individual que é emocionalmente motivada. Seis emoções básicas: medo, aversão, surpresa, tristeza, felicidade e raiva. O gatilho para a mudança social é a raiva e o opressor o medo.

Movimentos Sociais

Movimentos sociais: Não nascem, necessariamente, da pobreza ou do descontentamento político. Os movimentos sociais, que o autor vai estudar, estão baseados na era da internet e apresentam sete características comuns:

  1. São conectados em rede de múltiplas formas – O uso de comunicação é essencial. Formam-se redes dentro do movimento, com outros movimentos do mundo todo, com a blogosfera da internet. Tem sua existência continua no espaço livre da internet, e tendem a tornar-se um movimento hibrido ao ocupar espaços urbanos, gerando um terceiro espaço, que é o da autonomia. Castells refere-se a este espaço pela capacidade de se organizarem, as pessoas, no espaço livre das redes de comunicação, sendo este local uma nova forma dos movimentos sociais em rede. Ele enfatiza isto devido ao fato que os movimentos em rede não precisarem de uma liderança formal, diferentemente dos movimentos organizados por sindicatos, partidos entre outas organizações.
  2. Os movimentos são simultaneamente locais e globais – Começam em contextos específicos, entretanto são globais. Eles tem a sua própria forma de lidar com o tempo, o que Castells chamará de o tempo atemporal, que dividem-se em dois tipos de experiência:
    1. Vivem um dia após o outro (vivem o momento, a experiência real)
    2. Veem um horizonte de possibilidades ilimitado (projetam seu tempo num futuro do processo de construção histórica, a “utopia”).

Para o autor é um tempo emergente, alternativo, constituído de um hibrido do agora com o para sempre. Gênese dos movimentos: são espontâneos em sua origem, geralmente desencadeados por uma centelha de indignação. Castells destaca o poder das imagens, que é soberano, considerando o YouTube como uma das mais poderosas ferramentas de mobilização nos estágios iniciais do movimento.

Occupy Wall ST

3. Os movimentos são virais – Segue a lógica das redes da internet.

4.  A passagem da indignação à esperança realiza-se por deliberação no espaço da              autonomia – A tomada de decisão em geral é feita através de assembleias, porque            trata-se de um movimento sem liderança devido a desconfiança e descredito da                maioria dos participantes a qualquer forma de delegação de poder. As redes criam o        companheirismo, porque é através dele que as pessoas superam o medo e                        descobrem a esperança.

  5.  A horizontalidade das redes favorece a cooperação e a solidariedade, ao mesmo              tempo que reduz a necessidade de liderança – O movimento produz seus próprios            antídotos contra a disseminação dos valores sociais que deseja combater.

 6. São movimentos profundamente autorreflexivos – Questionam-se permanentemente        como movimento. Principal tema de debate: questão da violência. Em principio não          são violentos, porque na sua origem está a desobediência civil, pacífica. O objetivo          de      todos os movimentos é manifestar-se em nome da sociedade como um todo,      é fundamental eles sustentarem sua legitimação pela justaposição de seu caráter              pacífico à violência do sistema, usam a imagem da violência policial para ampliarem a      simpatia dos cidadãos pelo movimento.

Repressão policial

7.  Esses movimentos raramente são programáticos – Exceto quando pretendem derrubar um regime ditatorial. Estes movimentos sociais em rede não concentram-se num só projeto ou tarefa, assim como não podem ser canalizados por uma ação politica, logo, dificilmente serão cooptados por partidos políticos, embora estes possam lucrar  com a mudança  de percepção que os movimentos provocam na opinião pública. Assim os movimentos sociais são voltados para a mudança dos valores da sociedade. Castells coloca que estes movimentos são muito políticos num sentido fundamental que é quando propõem e praticam a democracia deliberativa direta, baseado na democracia em rede. Estes movimentos também propõem uma nova utopia no cerne da cultura, que é a autonomia do sujeito em relação às instituições da sociedade.

Castells coloca que os movimentos sociais surgem da contradição  e dos conflitos de sociedades especificas, e expressam as revoltas e os projetos das pessoas resultante de sua experiência multidimensional, e que os movimentos sociais em nossa época são fundamentados na internet. O papel da internet vai ultrapassar a instrumentalidade, porque ela cria condições para uma forma de prática comum que permite a um movimento sem lideranças sobreviver, deliberar, coordenar e expandir-se.

Os movimentos sociais são distintos de movimentos de protestos.

Eles são movimentos essencialmente culturais, que conectam as demandas de hoje com  os projetos de amanhã. Nos bastidores do processo de mudança social está a transformação cultural da sociedade, porque, segundo Castells, há uma emergência de um novo conjunto de valores definidos como individualização e autonomia.

  • Individualização: é a tendência cultural que enfatiza os projetos de individuo como supremo princípio orientador de seu comportamento;
  • Autonomia: refere-se à capacidade de um ator social tornar-se sujeito ao definir sua ação em torno de projetos elaborados independentemente das instituições da sociedade.

Transição da individualidade para a autonomia opera-se por meio da constituição de redes que permitem aos atores individuais construírem sua autonomia com pessoas de posição semelhante nas redes de sua escolha.

A tecnologia da internet incorpora a cultura da liberdade. Esta cultura no plano societal e da individuação e autonomia no plano dos atores sociais estimulam, simultaneamente, as redes da internet e os movimentos sociais em rede. E, por fim, Castells coloca que o verdadeiro objetivo é aumentar a consciência dos cidadãos em geral, qualifica-los para participação nos próprios movimentos e num amplo processo de deliberação sobre suas vidas e seu país, e confiar em sua capacidade de tomar suas próprias decisões em relação à classe politica. Porque a verdadeira batalha pela mudança social é decidida na mente das pessoas, e nesse sentido os movimentos sociais em rede têm feito grande progresso no plano internacional.

Internet

Projeto

Nossa, faz quase um ano que não escrevo neste blog. Os motivos são vários! Esse ano será difícil para mim, pois começaram as disciplinas mais difíceis do meu curso. Primeiro epistemologia, estudo do conhecimento. E agora Introdução a pesquisa. Meu projeto em introdução a pesquisa vai ser sobre o uso da Internet como meio de mobilização social. Porque essa temática? Porque é algo que vem chamando-me a atenção e é o único tema que eu me interesso atualmente. Quando estiver pronta a primeira fase do projeto eu posto aqui e quero comentário.

Vou postar agora o vídeo de epistemologia, que resume apenas um pequeno resumo de um recorte que fizemos sobre uma temática desta disciplina. Não se preocupem se não entenderem nada.

 

Primeira transmissão de TV

26 de janeiro de 1926 – Grã Bretanha

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Hoje aconteceu a primeira demonstração publica da televisão, o inventor deste aparelho é o engenheiro escocês John Logie Baird. Neste dia ele fez q primeira demonstração publica da transmissão ao vivo de imagens em movimento em seu laboratório, na Frith Street, em Londres, para uma platéia de cientistas e um repórter do Times. Entretanto este não fora a sua primeira televisão, mas sim um aperfeiçoamento da primeira que ele havia construído com uma chapeleira, tesouras, agulhas de tricô, faróis de bicicleta, um engradado de chá e grande quantidade de cera de lacre e cola. Nasceu ai a nossa grande difusora de pensamento alienado e formadora de opinião publica, que a principio era um meio de entretimento, mas após verem a sua vantagem para fazer o individuo não pensar, tornou-se alvo de criticas pelos meios mais intelectuais. A televisão no Brasil começou em 18 de setembro de 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de televisão no país, a TV Tupi, lógico que as primeiras TVs foram importadas e só os meios mais abastecidos de dinheiro poderiam ter um aparelho destes, sendo hoje a TV tão popular (ou seria essencial?) quando uma geladeira ou fogão.

Minha visão de mundo

Certas coisas me indignam quando leio ou ouço um noticiário. Comecei desde ontem a anotar os fatos que ocorrem no Brasil e no mundo que julgo serem mais importante, ou que me chamam mais a atenção, ou seja, uma espécie de diário de campo sobre o mundo.  Todos dias pessoas morrem vitimais da violência, seja ela num ato irracional ou racional, embora o ser humano em si sabe que todo o ato que ele faz possui uma conseqüência, logo não há um ato irracional. Como Kosik diz: o embate caótico e irracional das ações humanas é racional, pois o homem tem consciência do que ele está fazendo. Então como justificar um ato irracional se o homem se auto proclama um animal racional?? Difícil responder a está pergunta, pois nós seres humanos somos instáveis e fáceis de sermos controlados por ideais de outros seres humanos. Somos também uma mistura de sentimentos e emoções nas nossas ações, o que nos leva a praticá-las. Como justificar um ato de pegar uma arma e atirar em nossos semelhantes, como nos EUA? Atirar e matar uma criança que estava cheia de sonhos e projetos que não irá poder concluir ou sequer mesmo tentar realizar, é algo que é considerado irracional, mas ele sabia no resultado que ele teria após está ação, então por que a fez? O que o moveu a fazer isso? Ideais? Rancor? Visão política diferente? Ou o medo do diferente? As vezes penso que nós humanos temos medo de tudo aquilo que seja diferente a nós mesmo, aos nossos modos, visão de mundo, cultura, política…temos medo daquilo que é diferente. Por que das instituições? Talvez porque só através delas que nós nos “domesticamos” e controlamos o nosso impulso aversivo ao que é diferente.

Entretanto não é somente o medo ao diferente que possuímos, possuímos também aversão aqueles que não tem poder de compra considerado bom para o nosso padrão de vida fútil. Em um grande jornal de circulação aqui no sul do país não há, leiam bem isso, NÃO HÁ sequer uma nota de rodapé sobre a tragédia que está ocorrendo em RJ. As chuvas não param e as casas construídas em lugares impróprios para moradia estão desabando, mas por que não há uma matéria sobre isso? RJ também é Brasil, assim como nós aqui no sul também somos brasileiros. Entretanto quando houve aquela tragédia em angra dos reis ( se não me engano) este mesmo jornal fez uma grande matéria de dois ou três dias consecutivos? Por quê? Talvez porque aqueles que morreram lá tivessem um alto padrão de consumo, ou seja, grande poder de compras e riquezas, enquanto o favelado é um suposto estorvo para o sistema governamental do país. Será? Quero acreditar que não, mas cada vez mais vejo que aqui as coisas são tratadas assim. Eu quero acreditar que antes do poder financeiro seja valorizada a vida humana, não o dinheiro. Todos nós temos o mesmo ciclo de vida, o que nos diferencia é nossa posição social. SE a posição social é mais valorizada que a nossa condição de humanos, então nós sempre seremos taxados de terceiro mundo, subdesenvolvidos, pois o desenvolvimento se atinge com a valorização do ser humano, não com a sua posição social. Se alcança o desenvolvimento com educação e igualdade social, não com a exploração e ganância. Se alcança o desenvolvimento com pessoas que acreditam e trabalhem para o desenvolvimento igual entre nós, onde todos unidos por uma única causa trabalhemos para a sua concretização. Fomentar a desigualdade e o ódio a grupos sociais é uma barreira que impede o desenvolvimento, nós devemos aprender a superar isso, e isso se aprende com educação e uma mídia livre de preconceito social.

Individuo e sociedade

Será que você já parou para pensar de onde vem a sua motivação para estudar e trabalhar, ou melhor, da onde surgiu a idéia “do que você quer ser quando crescer”? De onde vem a idéia de individuo ou de pessoa? Não sei qual será a sua resposta, mas eu proponho uma analise.

Individuo é o ser que advêm de um processo civilizador. O processo civilizador está enraizado na sociedade, e ele se dá através de instituições ao qual desde que nascemos pertencemos a uma, a instituição família. A sociedade como um todo condiciona os hábitos humanos num processo de tortura. O individuo é um resultado de um condicionamento e na sua memória está governada pela ação, mas está ação é produto de uma tortura, o custo para isso que sofremos é o progresso da sociedade como um todo, pois este progresso se dá através da infelicidade humana.

Mas o que seria essa tortura ou infelicidade humana? Não pense em tortura física. Não é isso. Retornamos a idade media para exemplificar essa tortura ou condicionamento humano. Na idade media usava-se roupas que cobriam o corpo de cima a baixo, no momento em que uma parte estava a mostra provocava uma reação nos outros indivíduos. Outro exemplo era as turmas separadas por sexos, já que meninos e meninas não podiam estudar juntos devido a impulsos hormonais. Então a partir do condicionamento, ou do processo civilizador, ouve um condicionamento do comportamento humano nestes impulsos. De uma sociedade extremamente fechada com o processo civilizátorio, da contenção dos impulsos, formou-se uma sociedade ‘libertaria’. Ai esta a tortura, o ato de contenção de algo, o ato de não pode, proporciona um condicionamento humano que trás a infelicidade ao instinto humano.

As instituições formaram-se a partir do ato de subsistência humana. A necessidade de sobrevivência formou as relações sociais, a partir destas relações se deu a formação da sociedade, mas e o individuo? O individuo, alem da formulação acima, também é fruto de uma expectativa de cada família, ou seja, uma família cria um filho com uma expectativa sobre o seu futuro, ela vai o moldar para que em seu futuro ele aja de determinada maneira. Em outras palavras o individuo é o resultados de todos os investimentos feitos, ele não é ele mesmo, mas sim um resultado que seus antepassados(pais, avós) deram como perspectiva. O individuo é criado dentro de uma rede, ou melhor, ele está inserido dentro de uma rede, que irá variar de sociedade para sociedade assim como o processo histórico que está sociedade sofreu. Então o que quero dizer é que o individuo é produto de uma relação com as redes de indivíduos e instituições em que ele está inserido; e suas idéias são formuladas a partir da interlocução que ele exerce com outros indivíduos.

O processo civilizador se dá a partir das elites. Retomamos novamente a idade media e também a idade moderna. A elite sempre procura se distinguir das outras classes sociais, então se nas classes baixas eles comem com a mão, a elite irá se distinguir pelo uso de talheres. Se hoje é tão banal comer de talheres, antes foi algo de distinção entre classes, hoje é banal porque se tornou algo naturalizado da sociedade em relação ao individuo. Então o processo civilizador acontece de cima para baixo, no objeto de distinção que se torna algo natural com o passar dos anos.

Em síntese de tudo o individuo está relacionado com o Estado, com as instituições civilizatórias, com o constrangimento constante, onde as pessoas devêm  controlarem-se e só fazerem algo em determinados horários que são, inconscientemente, impostos ao individuo. E o autocontrole advém de um processo de constrangimento e castração, duas ilustrações são da nudez, em que o individuo exerce um autocontrole sobre si, assim como a faca, que sendo um instrumento bélico o individuo se controla para não vir a ferir o outro. Então o processo civilizador quer nos dizer que o civilizado é aquele individuo recatado, enquanto o individuo solto, que não possui autocontrole, é um individuo bárbaro. E, por fim, os instrumentos de autocontrole que são incorporados pela sociedade civilizatória é o sentimento de embaraço e vergonha.

Não escrevi isso sem base. Isto veio de uma aula de antropologia, que teve como base um treco de uma obra de Nobert Elias. Admito que não li a obra, logo pode ser que algumas coisas que estão escritas aqui estejam erradas, mas como sempre estou aberta a correções.